[EBOOK] LETRAS, RITMOS E DIALOGISMO: RELAÇÕES DE GÊNERO E ÉTNICO-RACIAIS EM DEBATE

Descrição

LETRAS, RITMOS E DIALOGISMO: RELAÇÕES DE GÊNERO E ÉTNICO-RACIAIS EM DEBATE

Produção editorial
Projeto Gráfico: Assessoria de Comunicação Social do Ifes
Revisão de texto: Laryssa Fazolo (GM Editorial)
Diagramação e epub: Ana Carolina Pereira (GM Editorial)
Capa: Higor Ferraço da Silva (Edifes)

Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, morreu após ter o carro alvejado por 80 tiros em uma ação do Exército na Zona Oeste do estado do Rio de Janeiro, em abril de 2019. Cinco meses depois, em setembro de 2019, a menina Ágatha Vitória Sales Félix foi atingida por um disparo efetuado pela Polícia Militar, na comunidade da Fazendinha, Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Miguel Otávio, menino de 5 anos e filho de empregada, morreu após cair do 9º andar de um prédio de luxo em junho de 2020, na cidade de Recife. Em novembro de 2020, João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado e morto por funcionários da segurança, dentro do mercado Carrefour. Thiago da Conceição, com apenas 16 anos, estava dentro de casa quando foi baleado na cabeça, durante uma ação policial no Rio de Janeiro, em junho de 2021. Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, morreu asfixiado, em maio de 2022, dentro de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF). As vidas de Evaldo, Ágatha, Miguel, João Alberto, Thiago e Genivaldo talvez não se entrecruzassem se não fosse esta infeliz coincidência: as seis vítimas são pessoas negras.
Ano a ano, o recrudescimento da barbárie tem vitimado física e simbolicamente mais o gênero feminino, quer seja na insistência na dicotomia de papéis sociais em virtude do gênero, nas práticas sexistas institucionalizadas, no decréscimo da ocupação feminina em espaços de poder, no aumento de casos de violência doméstica, na perseguição à população LGBTQIA+ ou no ataque às políticas públicas por igualdade de gênero. Só até junho deste ano, o Espírito Santo já registrou mais de 43 casos de feminicídio. O relatório Atlas da Violência 2022, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), revela que as mulheres negras são as maiores vítimas de violência no Brasil e mostra que o Espírito Santo está entre os dez estados mais violentos, quando se trata dos estados que mais oferecem um risco relativo a homicídios entre mulheres.